Dizem que judeus, árabes e indianos são comerciantes muito hábeis. Brasileiros, por outro lado, têm o dom do jeitinho: sempre querem pagar menos. Porém, apesar dessa tendência nacional, nem todos entre nós conseguem colocar esse talento em prática.
Acontece que esse ato é muito mais difícil do que parece. É uma verdadeira arte. E como todo ofício precisa ser praticado, aperfeiçoado.
Por isso que, para ter sucesso em compras pelo mundo, é necessário se preparar com antecedência.
As dicas a seguir indicam algumas das melhores maneiras de barganhar, conseguir bons preços e economizar. Afinal, viajar não é sinônimo de gastar à toa!
Respeite o “adversário”
Nas culturas asiáticas, para ter honra durante uma luta é preciso respeitar seu adversário e as regras do jogo. Isso quer dizer que não permitido ser desonesto e trapacear.
A mesma lógica deve ser aplicada durante a barganha. É necessário respeitar o lado oposto, ainda mais porque, em certas culturas, comerciar é uma prática cultural, enraizada, com seus próprios mandamentos. Basta o cliente respeitar as regras e o jogo deve tender para o seu lado.
Saiba valorizar
Não é só porque o objeto de interesse é artesanal ou feito por pessoas simples que ele não tem o seu próprio valor. Artesãos e artistas locais passam a vida realizando aquele trabalho, perdem muito tempo fazendo os seus produtos e as vendas desses objetos costumam ser a sua única renda.
Além disso, é importante lembrar que, quando compramos um objeto artesanal, não estamos somente pagando pela recompensa material, mas pelo tempo que o artista depositou no tal item. Aliás, não só por peça, mas as horas que ele usou durante a vida, de aprendizado, até chegar ao ponto de máximo experiência e aperfeiçoamento.
Converse com os locais
As pessoas que vivem no lugar da viagem são as mais indicadas e confiáveis fontes para oferecer dicas personalizadas sobre o comércio regional. Além disso, elas podem explicar melhor as regrais locais de barganhas e de compras no geral.
Pesquise em vários lugares
Essa dica é universal. Tanto para compras durante viagens, como para aquelas realizadas no dia-a-dia. É importante sair pesquisando e visitando várias lojas, porque uma mais baratinha sempre vai aparecer no meio do caminho e, de quebra, acaba se tornando uma maneira de conhecer um pouco mais a cidade ou região. Pode ser chato, difícil, trabalhoso, mas sempre dá certo.
Não aceite o primeiro valor oferecido
Não se engane: os comerciantes sabem dos truques de barganhas dos fregueses. A negociação, por isso, é quase uma dança em que os dois lados já sabem os passos. Os vendedores já estão treinados para oferecer um preço bem mais alto ao cliente logo de cara. Isso é uma tática muito importante, porque, se o consumidor não estiver a fim de permutar, o negociante vende o produto por mais e terá mais lucro. Se não der certo, ele consegue barganhar, pelo menos, pelo valor que ele mesmo comprou ou que pague pelos produtos utilizados na fabricação.
Comente que você é do Brasil
O jeitinho brasileiro tem um lado bom. A nossa simpatia e o nosso estilo mais descontraído já conquistaram os comerciantes ao redor do mundo. Por isso que, no momento em que falamos que somos do Brasil, a postura do vendedor já muda.
O fato do Brasil ser conhecido por ser um país em desenvolvimento, com pessoas ainda em situação de pobreza extrema, também muda a forma em que somos tratados no exterior. A maioria dos estrangeiros costumam nos ver como “gente como a gente”, simples e com menos dinheiro. E isso não é ruim. Ao contrário, significa que os comerciantes não têm o prazer de “enfiar a faca” e cobrar muito mais caro.
Não demonstre muito interesse
O grande segredo do consumidor é não mostrar que ele deseja muito o produto em questão. O comerciante é quem realmente precisa vender para ganhar seu próprio sustento. É o vendedor que depende do comprador.
A vantagem, portanto, está com aquele que compra. É ele que dá as cartas e controla o ritmo do jogo. Caso o cliente demonstre muito o desejo de adquirir o objeto, o jogo muda de lado e a dependência passa a ser dupla. O vendedor, assim, não baixará o preço, porque sabe que o consumidor comprará de qualquer forma.
Comece jogando baixo
Essa dica é similar a anterior. Ela estabelece o consumidor como a pessoa que controla a negociação. Para isso, porém, é preciso que o comerciante não pense que o cliente valoriza demais o seu produto (assim como ele não pode achar que o comprador deseja muito o objeto). Oferecer um valor baixo, portanto, faz com que o vendedor precise conquistar aquele que compra com um preço mais baixo.
Pague em dinheiro
Conseguir um desconto é muito mais fácil se o cliente dizer ao comerciante que ele só tem uma certa quantia em dinheiro, limitada. Caso o consumidor pague em cartão essa tática não pode ser usada, já que essa forma de pagamento oferece um limite maior. Aliás, é por esse mesmo motivo que o cliente não deve nunca mostrar a quantidade de dinheiro que realmente carrega.
Vá embora
Caso a negociação não esteja tendendo para o lado do cliente, ele deve fingir o máximo de desinteresse possível. Isso, na verdade, significa a total negação do produto, ou seja, deixar de comprar.
Quando o cliente finge que vai embora é quando o comerciante “quebra as pernas” e acaba cedendo. Se o vendedor ainda assim não mudar de ideia é porque realmente não vale a pena continuar investindo na loja em questão.
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